Pandemia afasta 2.071 policiais do trabalho em Alagoas em 2020, aponta Fórum de Segurança
Desse total, 1.980 eram policiais militares - o equivalente a 95,6% do total de profissionais afastados
A pandemia de Covid-19 afastou 2.071 policiais alagoanos do trabalho no ano passado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado na quinta-feira (15), pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Desse total, 1.980 eram policiais militares - o equivalente a 95,6% do total de profissionais afastados. O levantamento mostra que a taxa de policiais afastados em decorrência da Covid-19 foi de 226,1 profissionais para cada 100 mil habitantes.
No ano passado, o anuário revela que 8 policiais alagoanos morreram em decorrência das complicações de Covid-19. Desses, seis deles eram policiais militares e dois civis.
Em todo o País, 130.946 policiais - entre civis e militares - foram afastados de suas funções por causa da pandemia, uma taxa de 250,4 por 100 mil habitantes. São Paulo aparece com o maior número de policiais afastados, com 29.093 ocorrências, seguido do Rio de Janeiro (18.142 afastamentos), Minas Gerais (17.223) e Bahia (10.022).
Na outra ponta, o Amapá aparece com o menor número de policiais afastados, com 344 casos. Em seguida, aparecem Rio Grande do Norte (385), Roraima (494), Acre (808) e Maranhão (901).
Para o fórum, muitos profissionais de outras categorias puderam realizar o trabalho remotamente, mas aqueles da Segurança Pública, por estar na categoria de serviço essencial, não tiveram essa opção. "Portanto, tiveram que continuar nas ruas, nas investigações, nos atendimentos, visando garantir a segurança da população, um direito fundamental", diz o documento.
"Desta forma, os profissionais de Segurança Pública continuaram expostos nas abordagens, realizando prisões e apreensões e, com isso, muitos foram infectados pelo novo coronavírus", completa.
O documento ressalta, ainda, que, de certa forma, “novas” atribuições foram incorporadas à rotina dos policiais: controle da circulação de pessoas fora dos horários permitidos, fiscalização de estabelecimentos comerciais, bares e restaurantes, atendendo a decretos estaduais adotados em diversas unidades da federação como maneira de contenção do contágio da doença.
"Não se trata aqui de estabelecer causalidades diretas entre a ocorrência da pandemia e o aumento na vitimização policial, mas de ressaltar a sobrecarga sem precedentes nas instituições pelo impacto da pandemia de Covid-19", destaca o fórum.